A sessão de abertura do Cine Amadora 2025 marca o início de mais uma edição da mostra internacional de cinema, reafirmando o compromisso com a divulgação e valorização do cinema lusófono. Contando com a representação do Município da Amadora, reforçando a importância do território no panorama cultural, e com a apresentação da direção artística de Eron Quintiliano e da curadoria de Luísa Sequeira, que irão destacar a programação e os principais destaques desta edição.
Realização: Nuno Beato / Portugal
Sinopse: Rosa volta ao Vale do Sarronco, longe da agitação da grande cidade, quando fica a saber que o seu avô, com quem não tinha passado muito tempo nos últimos anos, morreu. Descobre, lá, terras abandonadas que lhe foram deixadas, bem como a casa em que cresceu a cair de podre. Decide, então, dedicar-se a recuperar tudo isso, com a ajuda de demónios de barro que o seu avô tinha modelado, que vão ganhando vida e falando com ela.
Realização: Júlio Pereira / Portugal
Sinopse: A Cor da Liberdade é um documentário que parte da história de José Pedro Soares, ex-preso político que foi detido e torturado pela PIDE entre 1971 e 1974, e contextualiza Portugal e a sua realidade social à época, através das memórias de ex-presos políticos, historiadores, jornalistas e artistas. Uma mensagem de luta e diferentes formas de resistência que é urgente conhecer e preservar.
Seleção de curtas-metragens realizadas por estudantes da ESTC, proporcionando uma visão sobre diferentes temáticas contemporâneas através da lente de novos talentos do cinema português.
Realização: Leonor Teles / 2º Ano
Sinopse: Longe de se tratar de um registo etnográfico, Rhoma Acans é uma viagem de autodescoberta empreendida pela realizadora com o objectivo de compreender o verdadeiro peso identitário da sua herança étnica – a partir da história da sua própria família e do modo como ela se afasta ou aproxima da história de uma jovem cigana no seio da tradição.
Realização: Bruno Leal / 2º Ano
Sinopse: Hora di Bai é uma expressão que se refere ao “evasionismo” do povo de Cabo Verde, o filme retrata a destruição iminente do bairro 6 de Maio e dos laços dos seus residentes.
Realização: Manuel Rainha / 3º Ano
Sinopse: Após o testemunho de uma figura misteriosa que vem anunciar a chegada da “Má-Hora”, um grupo de utentes de um lar de idosos junta-se para combater essa figura ameaçadora e incontrolável, recorrendo ao uso de superstições e saberes populares.
Realização: Ana Pereira / 2º Ano
Sinopse: Numa tentativa de realização do sonho da mãe, a realizadora acompanha e é acompanhada por três usuários do VRChat, Rúben, Rodrigo e Stiff, que se expõem partilhando as suas experiências e contacto com a realidade virtual, duma perspetiva afetuosa, tecnológica, e crítica.
Realização: Daniel Borga / 2º Ano
Sinopse: Entre dois mundos linguísticos e culturais, um jovem luso-guineense reflete sobre a sua identidade e o significado de pertencer a múltiplos espaços.
Duração total da sessão: 1h38m
Após a exibição, os realizadores presentes estarão disponíveis para um bate-papo com o público.
Realização: Basil da Cunha/ Portugal, Suíça
Sinopse: Rosa, 20 anos, deixa os dois filhos em Cabo Verde para se instalar em Lisboa, na esperança de lhes oferecer uma vida melhor. Presa entre o assédio de gangsters e a violência policial cotidiana, Rosa tenta encontrar consolo entre as mulheres da comunidade. Mas o seu verdadeiro refúgio é a música.
O IGAC – Inspeção-Geral das Atividades Culturais conduz este workshop sobre direitos de autor no audiovisual, abordando licenciamento, proteção de conteúdos e legislação aplicável. A sessão destina-se a realizadores, produtores e distribuidores, esclarecendo boas práticas na criação e exibição de filmes. Com um enfoque no contexto português e europeu, o workshop informa e orienta profissionais sobre os principais aspectos legais do setor.
Realização: José Miguel Ribeiro / Portugal
Sinopse: O realizador José Miguel Ribeiro e o argumentista Virgílio Almeida conceberam este filme de animação a partir da peça “A Caixa Preta”, da autoria de José Eduardo Agualusa e Mia Couto. A história, ambientada em Angola entre os anos 1995 e 2011, abrange a fase final da Guerra Civil angolana e os primeiros anos de paz no país. Através do tempo, as histórias da jovem Yara, da sua avó Lelena e de Nayola, a mãe, vão-se entrelaçando.
Realização: Nuno Beato / Portugal
Sinopse: Rosa volta ao Vale do Sarronco, longe da agitação da grande cidade, quando fica a saber que o seu avô, com quem não tinha passado muito tempo nos últimos anos, morreu. Descobre, lá, terras abandonadas que lhe foram deixadas, bem como a casa em que cresceu a cair de podre. Decide, então, dedicar-se a recuperar tudo isso, com a ajuda de demónios de barro que o seu avô tinha modelado, que vão ganhando vida e falando com ela.
Realização: Alessandra Dorgan/ Brasil
Sinopse: Abraçando a sua liberdade musical e originalidade, misturando samba, blues, soul, bolero e jazz, Melodia desafiou muitas normas da cena musical e cultural brasileira. Esculpido com material de arquivo raro e inédito, Luiz Melodia – No Coração do Brasil espelha o significado cultural do seu legado e a cena musical para a qual contribuiu activamente a partir dos anos 1970.
Realização: Ery Claver / Angola
Sinopse: Em um bairro periférico, a aparição de uma estátua de Nossa Senhora em uma loja de produtos chineses desperta a fé e a curiosidade dos moradores, desencadeando eventos que questionam crenças e relações comunitárias.
Realização: Carolina Markowicz / Brasil e Portugal
Sinopse: Suellen, a funcionária de uma portagem, percebe que pode aproveitar o seu trabalho para fazer algum dinheiro extra, de forma ilegal. Tudo para pagar ao filho a caríssima terapia de conversão de um famoso padre estrangeiro que o deve curar da sua homossexualidade.
A Associação MUTIM – Mulheres Trabalhadoras das Imagens em Movimento conduz este workshop dedicado ao papel das mulheres no cinema, explorando desafios, conquistas e perspectivas futuras. Uma sessão dinâmica e inspiradora, promovendo a reflexão e a troca de experiências no setor audiovisual.
Festival internacional de cinema em Portugal dedicado exclusivamente à cinematografia feminina.
Realização: Rita M. Pestana / Brasil, Portugal
Sinopse: Entre conduzir o táxi do pai alcoólico pelas ruas de Belo Horizonte e cuidar do seu galo de combate, Cássia caminha para o limiar entre permanecer na rotina ou descobrir o que será a sua vida sem as responsabilidades que lhe foram incumbidas e a afastam de si própria.
Realização: Eliana Caleia / Portugal
Sinopse: Mini-documentário observacional sobre um dia na vida de Vítor Sanches, um africano da diáspora que é proprietário de uma livraria/biblioteca e de uma marca de roupa sustentável no bairro da Cova da Moura em Lisboa.
Realização: Mariana Lima Mateus / Portugal, Reino Unido
Sinopse: Quando Noemí partiu de Escarigo, na década de 1960, em busca de uma vida melhor, deixou uma aldeia com ruas repletas de vida e alegria. Agora, reina o silêncio nesta aldeia rural portuguesa. Seguimos Noemí numa viagem de regresso à sua aldeia natal, que mal reconhece.
Realização: Cynthia Levitan / Espanha, Portugal, Polónia, Brasil, Lituânia
Sinopse: Num devaneio sobre relacionamentos improváveis, a flor, tão delicada quanto revolucionária, é um acto de amor entre o sufoco e o abraço de uma vizinhança classicamente portuguesa.
Realização: Fernanda Polacow / Portugal, Angola
Sinopse: Kiluanji Kia Henda leva-nos numa viagem através das suas criações e reflexões na vanguarda do pensamento anti-colonial, incitando-nos a considerar como as gerações que cresceram durante ou no rescaldo da guerra reinterpretam este acontecimento.
Duração total da sessão: 1h26m
Após a exibição, as realizadoras presentes estarão disponíveis para um bate-papo com o público.
Realização: Roberto Oliveira / Brasil
Sinopse: Em fevereiro de 1974, Elis Regina e Tom Jobim se encontram na cidade de Los Angeles para gravar o álbum “Elis & Tom”. Conheça os bastidores da gravação do disco que mudaria suas vidas e se tornaria uma obra emblemática da música brasileira.
Realização: Marcia Paraíso / Brasil
Sinopse: Em Alegria do Amor, Dulce (Renata Gaspar), uma jovem quilombola do sertão do Ceará, foge para São Paulo após testemunhar o assassinato de seu companheiro por jagunços de uma mineradora. Lá, torna-se uma voz de resistência, enquanto descobre sua verdadeira história ao conhecer Beatriz, sua mãe biológica, e Marisa, sua irmã gêmea trans, dona de um karaokê que acolhe a comunidade LGBTQIAP+. Unidas pelo desejo de justiça, Dulce e Marisa retornam ao sertão para celebrar a vitória do quilombo e reencontrar o pai que nunca conheceram, enfrentando desafios e ressignificando suas identidades.
com Helena Silva
A Concha e o Clérigo (1928) é um filme experimental francês dirigido por Germaine Dulac, pioneira do cinema de vanguarda. Considerado um dos primeiros filmes surrealistas, a obra mergulha na psique de um clérigo atormentado por desejos e visões oníricas. Com uma narrativa fragmentada e estética inovadora, o filme desafia convenções cinematográficas, explorando simbolismos visuais e ritmos abstratos. No Cine Amadora 2025, a obra ganha nova vida através de um cineconcerto, onde a música dialoga com as imagens, ampliando sua experiência sensorial.
Helena Silva
Helena Silva (Porto, 1996) é violinista e compositora, formada na Universidade de Aveiro e no Royal Conservatoire of Scotland. Colaborou com a BBC Scottish Symphony Orchestra e apresentou-se em palcos como a Casa da Música e a Glasgow City Halls. Em 2023, lançou o EP Manta e realizou uma residência artística na Flow House Bali. No Cine Amadora 2025, traz um cineconcerto que une a expressividade do violino à experimentação sonora.
MICAR é uma Mostra de Cinema Anti-racista, dedicada às temáticas do racismo, da imigração e das minorias étnicas
Realização: Bataclan 1959 e Bagabaga Studios
Sinopse: Chelas nha Kau (Chelas meu lugar) é um caleidoscópio de imagens captadas entre 2016 e 2019. Um filme que revela várias camadas do que é ser jovem num bairro social e mostra o universo interno de um grupo de amigos para quem “Chelas é a capital de Lisboa e Lisboa é a capital de Portugal”.
Realização: Sofia Pinto Coelho / Portugal
Sinopse: Um pai de 83 anos e uma filha de 12 exploram as suas raízes numa viagem por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
Realização: Ana Sofia Fonseca / Portugal, França e Cabo Verde
Sinopse: Esta é a história de uma mulher negra, africana, com mais de cinquenta anos e vinda de um contexto pobre, cujo único sonho era ser livre. Um documentário que oferece uma visão ampla da vida vida da cantora cabo-verdiana, da privacidade da sua casa aos camarins à volta do mundo. Apesar de não corresponder ao modelo normal de sucesso, Cesária Évora superou todas as condições que normalmente a afastariam da ribalta, tornando-se um ícone nacional e um sucesso internacional.
Inspirados por anos de pesquisa sobre a obra de Cesária Évora, fundem o samba brasileiro com os ritmos cabo-verdianos, como a morna e a coladeira. No Cine Amadora 2025, o espetáculo contará com Armando Tito e Tato Rezende, que exploram as conexões entre as sonoridades de Cabo Verde e do Brasil.
O Cine Amadora é uma mostra internacional de cinema que se afirma como um espaço essencial para a difusão do cinema dos países de língua portuguesa e para o fortalecimento do protagonismo feminino no audiovisual. Realizado na cidade da Amadora, um território marcado pela diversidade cultural e pela forte presença de comunidades lusófonas, a mostra consolida-se como um evento de referência, reunindo realizadoras, artistas e público, num encontro onde o cinema se afirma como resistência e apresenta novas formas de olhar o mundo.
A edição zero, em 2023, foi o ponto de partida para esta iniciativa, explorando temas como migração, arte e cultura, direitos humanos (ODSs) e a integração dos PALOPs. Realizada nos Recreios da Amadora, destacou-se com uma programação que incluiu a homenagem a Fernando Lopes com exibição de “ Belarmino” , workshops de cinema de guerrilha e telemóvel, além de debates que envolveram realizadoras e pensadoras do setor audiovisual. A edição também contou com uma Carta Branca à Escola Superior de Teatro e Cinema, reforçando o papel da formação cinematográfica no evento, e com uma seleção especial de curtas-metragens do Porto Femme, dedicada ao cinema realizado por mulheres nos países de língua portuguesa.
Já a primeira edição oficial, em 2024, consolidou a mostra com um olhar voltado para a Revolução do 25 de Abril, sob o mote “Cinema e Revolução – Uma Ideia na Cabeça e uma Câmara na Mão”. A programação destacou-se com a exibição do documentário “48”, de Susana de Sousa Dias, a seleção especial de videoclipes lusófonos com curadoria de Nuno Calado, o documentário “Manguebit”, de Jura Capela, e o Cine Concerto “As Aventuras do Príncipe Achmed”, com música ao vivo interpretada por Sérgio Costa. Um dos momentos de grande relevância foi a exibição do filme “O Fim do Mundo”, de Basil da Cunha, um olhar profundo sobre a realidade das periferias, consolidando ainda mais a presença do cinema da Amadora na programação da mostra. A edição também encerrou com a exibição do documentário “O Que Podem as Palavras”, um tributo à luta das “Três Marias” pela liberdade de expressão. O evento também reforçou sua vertente formativa com workshops sobre Paisagem Sonora e Cinema Mobile.
Para 2025, o Cine Amadora reafirma-se na sua segunda edição, aprofundando o seu objetivo de fortalecer o cinema lusófono, promovendo a troca entre diferentes gerações e geografias. Com uma programação que integra longas e curtas-metragens, cine concertos, debates, workshops e atividades formativas, a mostra amplia ainda mais o seu impacto, reforçando o protagonismo das realizadoras lusófonas e promovendo sessões temáticas que abordam questões contemporâneas.
Os Recreios da Amadora continuam a ser o epicentro da mostra, oferecendo uma experiência acessível a todos os públicos. Continuamos a nossa parceria com Carta Branca à Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), uma programação especial dedicada às realizadoras do Festival Olhares do Mediterrâneo, a presença da Mostra Internacional de Cinema Anti-Racista (MICAR), o cine concerto “A Concha e o Clérigo”, com Helena Silva, e a exibição do filme “Manga D’Terra”, de Basil da Cunha.
A entrada para as sessões e workshops é gratuita, reforçando o compromisso do Cine Amadora com a democratização do acesso à cultura e ao cinema.
Mais do que um evento, o Cine Amadora é uma mostra cultural enraizada na cidade da Amadora, um território onde diferentes culturas e vivências se cruzam.
De 6 a 9 de março de 2025, reafirmamos o nosso compromisso com uma mostra que seja um espaço de debate e reflexão para a comunidade.
A direção artística e curadoria do Cine Amadora está a cargo de Luísa Sequeira e Eron Quintiliano.
Sejam bem vindas e bem vindos ao Cine Amadora 2025!
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